Quando é vantajoso entrar com ação judicial trabalhista

Quando é vantajoso entrar com ação judicial trabalhista

Muita gente fica na dúvida se vale mesmo a pena entrar com um processo na Justiça do Trabalho. Não é decisão simples, viu? Em 2024, segundo o TST, mais de 2 milhões de processos trabalhistas surgiram no Brasil. Empresas pagaram quase 49 bilhões de reais em indenizações. Dá para ver que problema nesse assunto é o que não falta por aqui.

Geralmente, as reclamações vão desde falta de depósito do FGTS, horas extras não pagas, até demissão sem receber todos os direitos. Tem também adicional de insalubridade e multas por rescisão feita de forma errada, tudo isso bem comum nas ações trabalhistas.

Antes de pensar em processar a empresa, é importante olhar com calma os prazos e os custos. A CLT e o Decreto 678/1992 garantem proteção, mas cada caso tem seus detalhes. Procurar um advogado faz muita diferença para entender suas reais chances de ganhar.

Muita gente tem receio de enfrentar a Justiça por causa da demora ou da burocracia. Mas, quando fica claro que o direito foi desrespeitado, muitas vezes só a Justiça resolve mesmo. Vale pesar o que você tem a perder ou a ganhar antes de decidir.

Panorama dos Processos Trabalhistas no Brasil

Você sabia que quase todos os processos trabalhistas do mundo acontecem no Brasil? Parece exagero, mas é verdade. Dados do Senado de 2017 mostram que 98% das ações desse tipo são daqui. Isso mostra que a relação entre empresas e funcionários ainda precisa evoluir bastante.

Normalmente, o problema começa na má gestão de pessoas e no desconhecimento das leis pelos empregadores. Falta de controle de ponto, atraso no salário e interpretação errada da CLT são motivos frequentes para briga na Justiça.

Esses conflitos prejudicam todo mundo: para quem trabalha, vem o desgaste emocional e a insegurança financeira; para as empresas, o prejuízo é alto com indenizações e perda de produtividade. Em 2023, o TST registrou, em média, 5 mil novos processos trabalhistas por dia útil.

Nos últimos anos, a lei mudou para tentar diminuir esse volume. Hoje, acordos coletivos e a mediação antes do processo estão mais em alta. Segundo o IBDT, cerca de 40% dos casos poderiam ser resolvidos sem ir ao tribunal.

Saber desse cenário ajuda a tomar decisões mais conscientes. Consultar alguém que entende do assunto evita processos desnecessários e pode até preservar relações de trabalho. Muitas vezes, negociar é a forma mais inteligente de resolver.

Entendendo a Justiça do Trabalho e o Processo Trabalhista

A Justiça do Trabalho foi feita justamente para resolver essas tretas entre quem trabalha e quem contrata. O sistema é específico para questões como verbas rescisórias, condições ruins de trabalho ou quebra de contrato.

Um processo trabalhista normalmente tem duas fases. A primeira é quando o juiz analisa documentos, ouve testemunhas e vê provas para entender o que aconteceu. Nessa etapa, cada lado apresenta tudo que pode.

Depois, vem a fase de execução: se a empresa perder, tem que pagar o que foi definido. Se não pagar, pode levar multa. Em 2023, 68% dos processos chegaram a essa etapa, segundo o CSJT.

Durante o processo, alguns direitos são garantidos:

  • Empregado e empregador devem ser tratados de forma igual
  • Cada parte tem prazo para apresentar defesa e recurso
  • É possível fazer acordo em qualquer fase

Às vezes, a empresa também pode processar o funcionário, por exemplo, se houver dano causado de propósito ou quebra de confidencialidade. O juiz do trabalho sempre vai analisar tudo com base na CLT e nos acordos coletivos.

Entender esse caminho todo ajuda a traçar as melhores estratégias e não ser pego de surpresa no meio do processo.

Custos e Impactos Financeiros em Ações Trabalhistas

Ninguém gosta de surpresa ruim, ainda mais quando envolve dinheiro. Por isso, saber quanto um processo trabalhista pode custar é fundamental, seja para trabalhador ou empresa. Os gastos vão das taxas do processo até honorários de advogado e depósitos recursais. Só em 2023, 37% dos processos custaram mais de 5 mil reais, segundo o CSJT.

Os principais custos são:

  • Taxa para abrir o processo
  • Custo de notificar a outra parte
  • Despesas com perícia, se precisar

Advogados costumam cobrar de 15% a 30% do valor que você conseguir recuperar. Depois da Reforma Trabalhista, quem perde o processo pode ter que pagar de 5% a 15% do valor para o advogado da parte vencedora. Ou seja, as empresas precisam separar um dinheiro só para esses honorários.

Quando uma das partes recorre, pode ser necessário fazer um depósito recursal, que pode variar de 10% a 30% do valor da condenação. Isso serve para garantir o pagamento caso o recurso não dê certo. Agora, quem tem baixa renda pode pedir gratuidade e ficar livre de algumas taxas.

Na hora de colocar tudo na ponta do lápis, é bom somar:

  • O valor que está sendo pedido
  • Os custos que vão surgir
  • O tempo que o processo pode levar, normalmente de 2 a 4 anos

Sem contar o estresse e o desgaste emocional. Por isso, muitas empresas acabam preferindo acordo para evitar dor de cabeça e prejuízo para a imagem.

Prazos e Procedimentos Essenciais

Saber os prazos certinhos é um dos segredos para não perder a chance de buscar seus direitos. A regra é clara: após ser demitido, o trabalhador tem até dois anos para entrar com o processo. Se passar disso, perdeu o direito.

Mas atenção: dá para pedir valores referentes aos últimos cinco anos trabalhados. Isso serve para corrigir problemas como horas extras não pagas ou adicionais esquecidos. Calcular direitinho evita prejuízo.

Os principais prazos de recursos são:

  • Recurso ordinário: 8 dias úteis
  • Embargos de declaração: 5 dias úteis
  • Recurso extraordinário: 15 dias úteis

Férias do Judiciário e feriados contam no cálculo. Sábado, domingo e feriado não entram no prazo. Um simples erro na conta pode acabar com o processo.

Não respeitar o prazo pode complicar tudo. Em 2023, 12% das ações foram arquivadas porque alguém perdeu o prazo, segundo o TST. Manter um calendário próprio para cada fase aumenta bastante as chances de dar certo.

Recursos Trabalhistas e Tipos de Apelações

Se não concorda com a decisão, o processo trabalhista permite recorrer. Mas é importante saber qual recurso usar e o prazo certo. Cada tipo serve para uma situação diferente.

O mais comum é o recurso ordinário, que serve para questionar decisões da primeira instância no Tribunal Regional do Trabalho. O prazo é de 8 dias úteis após a sentença.

Quando o caso envolve dúvidas na interpretação da lei, pode ser necessário o recurso de revista, que leva o processo ao TST. Mas precisa provar que houve diferença na maneira que a lei foi aplicada.

Principais tipos de recurso:

  • Agravo de instrumento: serve para liberar recursos negados em liminares
  • Embargos de declaração: quando precisa esclarecer algum ponto da sentença
  • Recurso extraordinário: vai para o STF analisar questões constitucionais

Só é possível apresentar um recurso por decisão, então escolher certo faz toda a diferença. Dados do CSJT mostram que um terço dos recursos são negados por erro de procedimento.

Os juízes analisam se o recurso tem relevância jurídica, se a parte cumpriu todas as exigências e se há algum erro no processo. Uma estratégia bem pensada pode aumentar muito as chances de sucesso nos tribunais superiores.

Quando vale a pena entrar com ação judicial trabalhista

Antes de tudo, é bom avaliar com calma se realmente vale a pena abrir um processo. Ter provas em mãos, como contracheques, e-mails e controle de ponto, faz toda a diferença. Sem documentação, mesmo que você esteja certo, fica difícil ganhar.

Vale a pena considerar entrar com ação quando:

  • Fica clara a violação dos direitos no contrato
  • O valor pedido é pelo menos 30% maior que os custos do processo
  • O prazo prescricional ainda está dentro da validade

Quando há testemunhas e documentos, as chances de vitória aumentam bastante. Já processos baseados só em relatos pessoais, sem provas, exigem mais cuidado. Lembre-se de incluir custos de advogado e o tempo médio de espera, que costuma ser de uns 3 anos.

Para valores até 5 salários mínimos, muitas vezes o acordo extrajudicial é mais interessante. Já situações graves, como demissão discriminatória ou acidente de trabalho mal resolvido, podem justificar ir até o fim no processo. Um especialista pode ajudar a colocar tudo isso na balança.

Além do dinheiro, tem a parte emocional. Muita gente resolve a situação por meio de conciliação e evita dor de cabeça e desgaste. Cada caso é um caso, mas equilíbrio e bom senso ajudam muito nessa escolha.

Seguro Garantia Judicial: Uma Alternativa Estratégica

O Seguro Garantia Judicial é uma saída interessante para empresas que querem evitar bloqueio imediato de valores no processo. Ajuda a manter o caixa da empresa protegido e, ao mesmo tempo, garante que o trabalhador receba se ganhar a ação.

Funciona assim: em vez de fazer um depósito judicial, a empresa apresenta uma apólice de seguro válida durante todo o processo. Em 2023, o uso desse seguro reduziu em 28% os recursos usados só para enrolar.

As principais vantagens são:

  • Protege o capital de giro da empresa
  • Acelera a liberação de liminares
  • Cobre honorários de sucumbência

Vale comparar o preço do seguro com o custo do depósito recursal. Quando o processo é acima de 50 mil reais, a economia média pode chegar a 40%. Sempre bom pedir a análise de um especialista para saber se vale a pena no seu caso.

Essa alternativa ajuda as duas partes a focarem em resolver o conflito, sem pressão financeira imediata.

Fonte: https://professortrabalhista.adv.br/